Após a catastrófica derrota de ontem sofrida pela
Seleção Brasileira para a Alemanha resta tirarmos algumas lições com isso tudo,
pois não há nenhum mal que não venha para um bem.
A seleção brasileira
sempre sobrepôs o talento individual e genialidade de seus craques ao jogo coletivo,
para provar isso basta ver as copas que o Brasil ganhou, isto é, em 58 tinha
Pelé e Garrinha, em 62 ficou sem Pelé porém tinha Garrincha, em 70: Pelé,
Rivelino, Gerson, etc., em 94: Romário, em 2002: Ronaldo, Rivaldo e Ronaldinho
Gaúcho, em 2014 tínhamos Neymar, que se contundiu e faliu o nosso jeitinho
brasileiro de jogar futebol, quer dizer, colocando toda responsabilidade nos
ombros do craque, aí o que acontece quando perdemos esse jogador? O mesmo que
aconteceu em 98 quando Ronaldo com excesso de pressão foi para o jogo sem
condições e o time apagou assim como apagou ontem.
A seleção Alemã
reinventou seu futebol deixou de ser burocrático para ser ágil, consistente, sobretudo,
eficiente. A seleção da Alemanha joga
com um meio de campo de jogadores com alto poder de marcação e ataque, os
supostos volantes da Alemanha são Schweinsteiger, Khedira e Kroos, isto é, não
existem meio-campistas incumbidos apenas de marcar, aquele volante conhecido
como cabeça de área no Brasil não existe, pois todos os jogadores têm que saber defender e atacar. É uma questão cultural,
no Brasil quando um moleque joga muito não marca ninguém nem quer desempenhar
funções defensivas, o técnico escolhe os jogadores mais talentosos para o
ataque e os jogadores mais limitados tecnicamente jogam como volantes apenas
marcando, está provado que o meio campo é o coração do time e o Brasil não
tinha a menor condição de igualar a qualidade com o meio campo da Alemanha. Também
temos que reinventar nosso futebol dentre tantas outras coisas que precisam ser
reinventadas no Brasil.
Quando olhamos para
seleção Alemã percebemos que não tem um craque, aquele jogador genial que possa
desequilibrar o jogo a qualquer momento, isso não faz parte da cultura alemã
eles não improvisam, pois improvisar significa preparar de repente alguma coisa
e eles passaram no mínimo 08 (oito) anos aperfeiçoando um time e sistema de jogo, com
a mesma base de jogadores e mesmo técnico, que mostrou evolução durante as
copas de 2006, 2010 e agora 2014, realmente não tem lugar para improvisações, seguem
a risca como soldados o plano de jogo traçado pelo Técnico, um coisa que parece
não ter mudado na Alemanha mesmo com o fim do Nazismo é que as ordens existem
para serem cumpridas. Fazendo um paralelo não futebolístico com o Brasil, nós
tivemos no mínimo 08 (oito) anos para preparar a Copa de 2014 e o que fizemos, só para
variar deixamos tudo para última hora e mais uma vez tivemos que improvisar,
isto é, preparar de repente uma Copa, o resultado foi que não conseguimos fazer
o que estava proposto, mais tudo bem o principal eram os estádios afinal Copa
não se faz com hospitais.
Tudo isso nos faz
tirar uma lição: é hora de acabar com o
jeitinho brasileiro, o improviso tem que ser deixado só para o campo e como
último recurso, planejamento, aperfeiçoamento e trabalho duro devem virar lema,
sem imediatismos, a Alemanha pode ter feito por nós um bem maior que imaginamos.